quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Dois mil e Nove

Avó • Hospital • Jornalismo • Fim • Começo • Dolce Gusto • Faculdade • Queima • Clã Ervilha • Pinta • Laços • 21 • Jornal de Notícias • Grande Porto • Voltas • Carnaxide • Sorrisos • Alegria • Cortejo • 09.09 • Tempo • Alunos • Sexta-Feira • Favaios • Branco da Neve • Lágrimas • Nervos • Series • Refúgio • Centro de Emprego • Winx • Canhos • Princesa • Fófinha • Surpresas • Porto • Questões • Sapatos • Razão • Doçura • Mudança • Olhar • Pulseira • Vida • Futuro...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

homens

Deixam-me confusa, às vezes, tenho que confessar. Uns, são os maiores amores do mundo. Dizem coisas que nos arrancam sorrisos, nos fazem sentir o estomago colado às costas, nos deixam as pernas a tremer. Outros, usam as palavras para encobrir pequenos segredinhos, para eles, inofensivos. Os mais perigosos são os que encerram em si um bocadinho dos dois.

Estava sentada num cantinho perto de um café, a tentar esconder-me da chuva. Um homem, sai disparado de telemóvel na mão, e como bom português que era, falou tão alto que eu mesmo que não quisesse era obrigada a ouvir a conversa.

"Tou. Acabei de chegar aqui ao café. Não te preocupes, vou já fazer o jantar". Eu sabia que não era verdade. O tempo que ali esteve dava para montar uma tenda e acampar, mas a pessoa do outro lado da linha também não parecia muito convencida.

"Já disse que já vou. Acabei de chegar. Não te preocupes que já vou fazer o jantar."

Eu já não conseguia esconder o sorriso. A noite encarregava-se de o fazer por mim. Sem se mexer, o homem continuava.

"Pronto. Pronto. Já estou a chegar. Vai pondo uma panela com água ao lume. Descasca batatas. Põe a carne a cozer. Já estou a chegar para comermos"

O meu sorriso foi quase sonoro. Pensei: ainda bem que ia fazer o jantar.
Passaram-se mais 15 minutos sem que o homem realmente saisse. Aopareceu. Cumprimentou a criancinha que estava à porta e foi, finalmente, embora.

Ainda dizem que as mulheres são desconfiadas, complicadas. Somos, não nego, mas se calhar, às vezes até temos razão para isso.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Não consigo dormir. Dou voltas na cama, reviro a almofada. Solto um suspiro de frustração. Tento esvaziar a minha mente. Pintá-la toda de preto. Ou de branco, talvez. Arrancar os pensamentos que vão e voltam numa velocidade desenfreada e sem a minima conecção. É tarde, só quero dormir.

Há muito tempo que não consigo escrever mais do que duas linhas. Não vem. Não acontece. Socorro-me de palavras alheias que, por momentos, preenchem a falta das minhas.
Mas nem sei se as minhas ainda existem, nem sei se ainda as consigo juntar em pequenas frases.

Empurro os cobertores com tanta força que vão pousar no chão. Pára de pensar, resmungo para mim.

Sempre me disseram que ia ter saudades. Sempre achei que fosse ter. Não tive, não tenho. Sempre me disseram que ia doer. Não doeu. (Ainda) não doi. Arranca-me um sorriso de vez em quando. Aguça-me a curiosidade, às vezes. Mas doer...Doer nao doi.

Enrosco-me entre os braços. Encolho-me e puxo a almofada para mais perto. Não devia ter empurrado o cobertor.

Será que vai mudar? Vai, não vai? Vai..tenho que pensar que vai.

Tenho frio agora. Puxo os cobertores novamente. Olho o relógio e aconchego-me mais.

Estou a ficar constipada. Foi do banho de chuva de domingo. E talvez seja de andar descalça pela casa. Eu gosto, sabe bem.

Sinto dificuldade em manter os olhos abertos,agora. Vou finalmente dormir. E amanhã, pode ser que o sol brilhe para mim...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009


"A única coisa que não temos amanhã é o tempo de hoje".
T.P.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"O facto ainda não acabou de acontecer e já a mão nervosa do jornalista o transforma em notícia."
Carlos Drummond de Andrade

Um dia ainda vou sentir isto. Outra vez.

domingo, 25 de outubro de 2009

Se o mundo falasse...

Diria que amo incondicionalmente. Verdadeiramente. Eternamente. É a única coisa que tem que saber. É a única coisa que importa.

sábado, 17 de outubro de 2009

"-Travelling?
-yeah.
-where are you going?
- nowhere in particular.
-How would you know when you get there?
-That's a good question. A very good question."
CM

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


É como se, para voltar ao que é meu, tivesse que largar parte de mim.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Gosto de viver aqui. Nunca disse que não. É só que... às vezes, irritam-me as pessoas e a sua irritante mania de comentar a vida dos outros. Irrita-me que me abracem, que me beijem a face e me digam que estou tão grande quando nem sequer me viram mais de duas vezes durante os meus 21 anos. Irritam-me os palpites sobre a minha vida. Irrita-me que me perguntem se já acabei o curso e, no segundo em que descobrem que escolhi jornalismo digam que me vão ver na televisão. Irrita-me que me digam que não tarda vou casar. Que me digam tudo isso só por eu ser filha de quem eles realmente conhecem. Irrita-me que se sintam no direito de tecer comentários acerca do que sou ou deixo de ser, sem sequer, saberem o meu nome. Que me comparem com os respectivos filhos, sobrinhos ou netos. Pessoas que eu nem conheço mas que já estão a trabalhar não sei onde. Irrita-me e não posso fazer nada a não ser dar respostas tortas. Dou. Viro a cara. Finjo que não é comigo e vou embora. Mas irrita-me. E às vezes só quero sair daqui. Desta cidadezinha em que todos se conhecem. Ir para longe,onde, mais do que ser a filha de alguém, possa ser apenas EU.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"Não escrevo em português. Escrevo Eu"

Li isto há dias. Soou-me estranho e fez sentido. Acho que também escrevo Eu. A minha língua, seja ela qual for. Escrevo-a porque é só minha e me diz demasiado. Escrevo Eu. Escrevo. E deixo páginas em branco. Porque, às vezes, escrevo sem sequer usar palavras.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Pegadas (nossas)

"Os meus sapatos estão cansados. Rasgados, alargados, sujos. Sapatos.

Suportam três anos de pesos pesados e outros mais leves. Carregam tons de negro e azul por dentro. Trazem pedaços soltos de solos e lembranças por fora.
Os tacões gastos esqueceram já a determinação de contar quantos foram os pisos que galgaram em corridas escuras e esvoaçantes. Perderam a ansiedade de descobrir novos trilhos. Deixam-se ficar, preguiçosos, no único chão que reconhecem como seu e é sob a melancolia do cheiro a terra molhada que lembram o melódico eco do toc-toc pela calçada.

Sapatos. São só sapatos. Mas eu não posso continuar descalça..."

(A minha) Sara Santos Silva


E o que um dia me doeu tanto a ler, podia, agora, ter sido escrito pela minha alma.

domingo, 6 de setembro de 2009

Wonderful



Oh you are!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Demasiado banais os sorrisos, os sentimentos. O "gosto de ti", o "amo-te" sussurrado ao ouvido tem menos força. Mais usadas, mais gastas as palavras, agora, sem sentido. Menos fortes, menos sôfregos, menos envolventes os beijos. Mais banais. Menos sinceros, mais partilhados. Menos verdadeiros. Mais interesseiros. Mais leve o toque no cabelo. Menos arrepiante. Mais de todos. Menos meu.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Para Carnaxide, Por favor!

Acabamos de deixar a estação do Oriente e iamos encontrar-te. Eu e quem sempre trago comigo para todo lado. Onde quer que vá, pela enésima vez, tenho certeza que vai lá estar. "É do outro lado da cidade", dizia. Eu não me importava. Até podia ser do outro lado do mundo que iamos conseguir chegar, do mesmo modo. As imagens passavam na minha cabeça como um filme. Passavam e passavam e voltavam a passar com mais força. Os dias de praia no Estoril. Os jogos com algas. A falta e o excesso de coragem para mergulhar. As brincadeiras na água. A Val, a Rô, a Cassi. O sol, as manchas, a areia. A "nossa" pulseira. As personalidades que aos poucos iam brotando do nosso interior. Oeiras e o meu encontro com a alforreca gigante. O semi-rápido para Algés e o autódromo do Estoril (que é mesmo, mesmo espectacular). Os segredos e as noites na varanda. O vento e o espanta-espiritos onde sempre batiamos com a cabeça. O dino. O jantar com velas. A noite na esplanada. O Bairro alto, o jelly shot, a tequilla, o vinho do Porto e os jogos engraçados. Ainda sorrio quando lembro daquela "nossa" ruela. Tanta coisa, tanta...
Sozinha, entrei no autocarro para o Marquês. Tentei, tentei com muita força olhar para a frente por saber que ia morrer um pouco ao ver aquele meu pedacinho ficar para trás. Tentei, mas não...

Ela tocou-me no braço. Abri os olhos, olhei pela janela e o comboio seguia a grande velocidade. "Obrigada" disse o revisor enquanto me devolvia o bilhete. "Origem: Lisboa Santa Apolónia. Destino: Porto Campanhã".
Pelo menos não foi só um sonho.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Já tenho um bocadinho de Saudades.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Espera

Era a primeira vez que os via naquela sala de espera. Àquela mãe, e aos três filhos. Talvez a culpa seja minha por não gostar muito daquele lugar e só o frequentar quando é realmente necessário. A menina, asiática e muito bonita tinha longos cabelos negros e olhos amendoados. O outro irmão não tinha mais de seis anos. Era loiro e vestia uns calçõezinhos e uma t-shirt iguais aos do mais pequeno. Esse sim, irrequieto. Chorava sem parar. A mãe tentava acalmá-lo, inventava mil e uma formas de o distrair mas que só aumentavam o berro que saia directo da garganta. A irmã, segurava-o no colo, abanava-o, brincava com ele, mas depressa aquele som voltava a encher, a já cheia, sala de espera. O irmão do meio estava sentado numa das cadeiras mais longe da mãe. Muito calado, deliciava-se com o horóscopo que ia vendo na televisão. O mais pequeno continuava a chorar. As pessoas começavam a olhar e a mãe dava os primeiros sinais de desespero. O outro, tirou os olhos da televisão, levantou-se e foi buscar o irmão para o colo.

- Eduardo, se o teu irmão sair daí vou-te bater.
- Logo que não lhe batas a ele...

O menino ficou ali, parado, agarrado aos braços do irmão. Não se ouviu mais uma mosca na sala de espera. E eu, paralisei com a resposta.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Detesto...

Este cheiro, a cor das paredes. Pálidas, doentes. O barulho infernal que faz na correria entre os carros. Detesto estas roupas, estas batas, estas máquinas. A espera, o entra e sai. Detesto não saber. Detesto sorrir e dizer que vai correr tudo bem quando, também eu, queria chorar. Preferia ser eu. Mil vezes eu, porque detesto isto. Detesto!

sábado, 11 de julho de 2009

Bochechas

Nunca percebi bem que magia têm as minhas bochechas. A verdade é que há sempre a alguém a agarrá-las a beliscá-las, a mordiscá-las, sei la... Desde pequena que me acontece. Esmagam-nas até não poderem mais. Apertam-nas com a mão inteira. Prendem-nas entre dois dedos. Não percebo. Devem ter algo impressionante que ainda não consegui descobrir. Ou se calhar não. Só o facto de serem bochechas desperta algum tipo de reacção obsessivo-compulsiva nas pessoas. Não é que me importe. Já me chateou mais, e agora e não é qualquer um que põe as mãos nas minhas bochechinhas. Mas gostava de perceber, um dia gostava de perceber.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

What am I suppose to do?

E se tiveres razão? Se eu não conseguir nada do que quero para mim? E se daqui a dez anos estiver casada e com filhos, mesmo sabendo que nunca sequer pensei em nada disso? E se estiver conformada com a minha vidinha de dona de casa exemplar, de esposa dedicada e mãe preocupada? Se me tiver anulado, se tiver aniquilado a minha vida social e trocado os meus sonhos por um par de meias para coser e uns quantos cozinhados para o maridinho que chega a casa do trabalho? E se tiveres razão? Se tudo isto não passar de um sonho inalcançável? Se eu terminar a fazer o que não gosto, com quem não gosto? Se perder a ambição, a vontade de conseguir algo mais do que uma vida familiar estável e perfeita? Se deixar para trás a minha sede de independência e me render ao que sempre achei ser completamente inadequado para mim? E se tiveres razão? Se o sucesso não bater à minha porta e se eu não conseguir arrombá-la? Se daqui a dez anos for mais uma no meio de tantas pessoas infelizes, sem vida profissional? Se viver para os outros e me esquecer que também tenho vida? E se tiveres razão? What am I suppose to do?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Porto.43

Os meus passos já tão mecanizados, empurravam-me para onde eu não queria ir. Eu andava. Sem conseguir controlar. Sem conseguir pensar. Ainda olhei para trás, vezes e vezes sem conta. Não consegui não olhar. Olhei até as folhas das árvores taparem o cimo daquele edifício tão distante. Olhei, até o cair da noite me turvar a vista, até não ver mais nada. Aí, respirei fundo. O meu passo fez-se mais apressado e já não tive medo do que tinha pela frente.

Até Amanhã*

domingo, 21 de junho de 2009

Quase...

Que nem dava conta...

sábado, 20 de junho de 2009

Pequenas coisas...

fazem com que, às vezes, tenha a certeza que esta é a melhor profissão do mundo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ver

Era cedo. Ia apanhar o comboio, como aliás faço todos os dias. Um barulho estranho chamou a minha atenção e olhei para trás. Um senhor, não muito alto, movimentava, repetidamente, uma vareta que tinha na mão, de um lado para o outro. A vareta encontrou um degrau, o senhor subiu. Mas a vareta só viu os obstáculos do chão, não viu a saliência enorme que saía da parede mesmo à altura da cabeça do senhor. Ele continuou. Ele e a vareta. Ainda oiço o "aiii" que gritou quando embateu na parede. Ainda vejo a expressão naquela cara. Doeu-me mais a mim. Doeu. Não por pena, mas por não o poder ajudar. Por não conseguir fazê-lo ver o mundo como eu vejo. Por saber que não tinha força para vê-lo como ele vê.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Caça-Sonhos


O melhor de ser pequenino é poder sonhar com aquilo que seremos quando formos grandes. Acho que já sou grande agora, mas sonhar com o amanhã continua a ser a única certeza que o meu incerto futuro conhece.

sábado, 6 de junho de 2009

Terapia

Há coisas que nos lavam a alma. Que nos mudam o humor num piscar de olhos. Que nos fazer abrir o coração, sem mesmo podermos impedir. Há terapias secretas escondidas nas almas de quem as conhece. Há terapias eficazes guardadas no peito de quem as experimenta. Há terapias que nos unem. Que nos ligam. Porque são secretas. Porque são nossas. Para sempre.







quinta-feira, 4 de junho de 2009

Um pouco de céu

Tenho estrelas. Diferentes das outras as minhas estrelas. Cintilantes, envolventes, protectoras. Não aparecem só à noite. Povoam a escuridão dos meus olhos fechados. Enchem a luz do meu olhar desenfreado.
Escondi algumas das mais doces para os lados da Augusta. Outras, deixei-as nos céus da divina invicta. Tenho poucas na fronteira agora, mas são tão belas como deslumbrantes. O céu onde, antes atracaram descobridores e aventureiros guarda agora a minha estrela mais destemida.
Tenho outras por ai, menos brilhantes. Não me esqueci delas, esqueceram-se de mim. As mais cintilantes estão bem lá em cima, no meu céu. Já não lhes posso tocar, mas sei sempre onde as posso ver.
Sempre me disseram que as constelações são o mais bonito do mundo e o mais difícil de encontrar. Mas, por mais que revirem o mundo a procurar, a minha vai ser sempre a mais imponente.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pessoas

Hoje, pela primeira vez em muito tempo, vi pessoas. Não corri de um lado para o outro como habitualmente costumo fazer. Vi pessoas, não me bastou olha-las. Fixei os olhos e vi-as nitidamente com os olhos e com a alma. Eram tantas, tão diferentes. Umas num corre-corre desenfreado que me fez sorrir por ver um bocadinho do que sou naquela vontade de chegar rápido. Outras, sem pressa, caminhavam acompanhadas. Contavam as desventuras amorosas de um parente afastado ou de uma vizinha mais atrevida. Vi homens, mulheres, altos, baixos, sorridentes, sisudos.Hoje imaginei as Histórias por detrás das figuras daquelas pessoas, imaginei as vidas, os nomes, os sentimentos. Imaginei a casa daquele senhor de casaco preto desbotado que atravessou a estrada com dificuldade mesmo à minha frente. Perguntei-me se aquela senhora de cabelos brancos teria filhos. Dobrou a esquina tão rapidamente que quase tocou no ombro do pobre senhor sem sequer reparar que ele existe.
Hoje vi pessoas, mas hoje vi-as mais do que o meu olhar pode alcançar.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Por ser menos forte por fora do que sou por dentro isso não faz de mim frágil!
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sábado, 16 de maio de 2009

Davas-me sempre peixinhos, aquelas bolachas que eu adorava e só tu tinhas para me dar. Tomavas conta de mim quando eu, pequenina, vinha da escola. Fazias-me bonecas de pano, aventais do meu tamanho. Davas-me beijinhos, abracinhos...Davas, sem pedir nada em troca e sorrias-me.

Às vezes gostava que ainda estivesses aqui para continuar a dar-me tudo isso. Mesmo já sendo eu crescida.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Balançava-se na linha ténue que lhe cortava a vida bem ao meio. Algures entre o ser desastradamente acordado e aquela inconsciência demasiado voluntária. Usava-a como escudo. Era melhor assim, estava protegida. Por momentos nada mais a atingia, nada mais a perturbava, nada mais a fazia sofrer. Nada. Não lhe partiam o coração em mil pedaços, não lhe derretiam dolorosamente o corpo. Pairava apenas na imensidão de um nada envolvente, um vazio acolhedor que barrava a entrada do mundo, que impedia que tudo se desfizesse.

-Em que estás a pensar?
-Em nada...

E de repente, tudo voltou a desmoronar-se.

terça-feira, 12 de maio de 2009

.

O que fazemos na vida...



ecoa pela eternidade!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Clã

Grupo de pessoas unidas por parentesco e linhagem e que é definido pela descendência de um ancestral comum. O parentesco baseado em laços pode ser de natureza meramente simbólica, havendo um símbolo da unidade do clã. Clã é a forma em lingua portuguesa da palavra gaélica clann, que significa "crianças". Clannad é uma forma estendida da palavra clann, e que pode ser traduzida por "família".
in Wikipédia


Temos um ancestral comum. Temos laços. Temos um simbolo do clã. Temo-nos. Temos tudo.

terça-feira, 28 de abril de 2009


Conheço-te há tanto tempo. Não me lembro, eu sei, mas foste a primeira casa que eu vi. Quis o destino que eu voltasse, mesmo sem acreditar que fosse possível.
Passei a ver-te, a conhecert-te. Guardaste os meus segredos, ainda guardas. E sinto que te vi hoje pela primeira vez.
Sempre passei a correr, apressada, acompanhada. Sempre passei a falar, a gargalhar, a dizer parvoíces. Conheço melhor que ninguém o barulho que os meus sapatos fazem na tua calçada, mas eras apenas e só o sitio por onde eu passava.
Agora é diferente,continuo a passar apressada, é verdade, mas já não vou acompanhada. Já não me distraio a falar ou a garagalhar. Conto os pequenos passos que dou, eu e a minha solidão.
Como és lindo à noite, cheio de luzes e de recantos indebriados por escuridão. Agora és só tu e eu. Eu sinto-me a única a olhar-te, tu, o único que olha por mim, Meu Porto.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Dizem que só percebemos o quanto amamos determinadas coisas quando as perdemos. Concordo. Mas depois de perder não quero mais amar. Doi não ser correspondida.

sábado, 18 de abril de 2009

Chuva

A chuva já não me faz confusão. Já não temo enfrentá-la sozinha. Esta chuva de pessoas, de sons, de coisas diferentes. Já não fujo. Podia ficar aqui para sempre. Não me ía importar, é-me mais e mais familiar. É mais minha.
Gosto de chuva, desta chuva que não molha mas preenche.
Já preencheu.

sábado, 11 de abril de 2009

Há dias,

em que queria deixar de ser refúgio e ter alguém para me refugiar!


sexta-feira, 3 de abril de 2009

É isso...

Por viver demasiado, sinto que não tenho vida!

sábado, 28 de março de 2009

Longe.


Mais um pedacinho que voou.

sábado, 21 de março de 2009

27

Encontrei o meu refugio algures num primeiro andar. Tarde de mais.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Se ao menos eu pudesse abrir as entranhas da minha alma, verbalizar o desejo frívolo de coisa nenhuma que possui o meu corpo. Se ao menos os meus olhos falassem e os meus gestos gritassem.
Talvez, talvez não estivesse há horas a tentar explicar por palavras o que é apenas inexplicável..

terça-feira, 10 de março de 2009

Protegeu.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Secrets


You know everything about me, don't you?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Irrita-me


...A capacidade que o Ser Humano tem de deixar de amar só porque já não vê todos os dias!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Tres

Aos poucos voltas a penetrar o meu refugio. Pensei que já não voltavas. Não assim, tão sôfrega e intensamente.
Oiço a tua voz como se da primeira vez se tratasse. A mesma emoção, o mesmo ser desorientado. Olho o teu cabelo, macio. Tens os mesmos olhos. Aqueles olhos que eu encontro sempre sem procurar.
Lemos as nossas cartas, os nossos sonhos. Sabe bem quando me volto a encontrar naquela gargalhada tão nossa. voamos para longe e eu volto a sentar-me naquele chão de pedra junto aquela sala. Volto a viver aqueles anos tão inocentes em que tudo se resumia a mesma coisa. Volto a rir quando dizes que temos muito em comum, quando dizes que sou aderente.
Rio do que nunca achei piada. Descubro vencedores e vencidos, reaprendo as letras do meu nome e sinto aquele amor que o vento tinha levado. Volto a ser um bocadinho de ti. E de ti.
Sabe bem viver este passado, sabe bem sentir que esta tão presente e que tem futuro.

E o meu refugio volta a ser nosso.
Outra vez!




domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Intimida sempre gostar muito de alguém"
Mário Crespo
Nunca esteve tão certo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Plágio

Segundo o Priberam:

"v. tr. e int.,
apresentar como seu trabalho literário ou científico copiado de obra alheia;
copiar, reproduzir, fazendo passar por original;
imitar servilmente (trabalho de outrem)."

Segundo eu Própria:

é horrível, é anti-ético, é crime. Odeio plagios, especialmente se forem dos meus textos.

TENHO DITO!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Miss you*


...
I know the distance is a factor
But I stretch as often as I can
And I goes to reach your hands anyday now
Please don't blame me for trying
To fix this one last time
I have a hard time as it is

Because I miss you love
I miss you love
I miss you love
I miss you love

Don't act like you dont know me
It's still me I've never changed
I'll be here when you come back

And I miss you love
...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Elsa.

Ha uns anos conheci uma menina. A Elsa. Estava sempre a sorrir. Sorria quando estava feliz, quando estava nervosa, quando não sabia o que dizer. Era envergonhada e enquanto não conhecia bem as pessoas, desviava o olhar, não falava muito e sorria de vez em quando.
Achava sempre que ninguem gostava dela, tinha medo que a achassem chata.
Nao se aproximava muito, esperava que o fizessem e depois... Depois era muito divertida, falava sem parar, ria, ria muito alto. Olhava nos olhos, beijava, abraçava. Nao se importava que a achassem chata porque sabia que ja gostavam dela. Gostavam, assim... Só não gostava do seu nome, e para ser sincera, eu também não.


Tinhamos muito em comum, a Elsa e eu.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009




"Quase morrer não muda nada, estar a morrer é que muda tudo"

in Dr. House

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Não sou aquilo que quero, mas o que as circunstâncias fazem de mim!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009





Não quero palavras vãs, ocas. São só isso, vazias.
Quero que me encontres. Que me queiras procurar.
Eu estou aqui, todos os dias. Mas não vou estar para sempre.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Orgulhosamente Conformado

Conformismo. Esta é a palavra de ordem da sociedade em que vivemos todos os dias. Um conformismo desmedido, despreocupado, e aceitável para um país que se define como sendo dotado de grande História. Este seria um motivo de grande orgulho para os portugueses, não fosse o facto de a maioria não conhecer nem um terço dessa história. Quando habitantes de outros países conhecem mais de Portugal do que nós próprios. Quando há quem não conheça D. Afonso Henriques e não saiba que Cavaco Silva é o presidente da Republica, algo está realmente mal no país. Provavelmente não seria má ideia recuarmos alguns séculos e voltar à era dos descobrimentos. Talvez assim descobríssemos que rumo dar a este país à beira-mar plantado.

Hoje, onde existiam reis, rainhas, historiadores e cavaleiros temos o governo despreocupado, o vandalismo das claques de futebol, a corrupção e a falta de interesse pela cultura.

Portugal continua a ser mar, paisagens, história e descobrimentos. Mas os portugueses só querem saber de televisão, futebol, telenovelas, comida, televisão… e mais futebol.

Em Portugal, ainda há aqueles para quem ler é uma forma de aprendizagem, de cultura e até de divertimento. Mas para a grande maioria esta é apenas mais uma palavra difícil do dicionário. Tão difícil que nunca sequer praticaram nem tão pouco sabem o significado.

O português não conhece livros, não conhece jornais, não sabe o que se passa no mundo, não fala dos verdadeiros problemas do país. O português só conhece revistas cor-de-rosa, só sabe ver televisão e o máximo que entende a nível internacional é o nome do clube de um jogador de futebol bastante rico e famoso. A avaliar pela quantidade de erros que saem da boca dos portugueses todos os dias, ninguém diria que o português é a terceira língua mais falada no mundo.

Não é uma questão de falta de inteligência. O problema está no espírito derrotista de um povo que já foi dono de um grande império e que agora se contenta com a presença na cauda da Europa.

Não, não se trata de falta de informação, nem tão pouco falta de espírito crítico. Em Portugal, toda a gente fala de tudo, todos têm opinião sobre tudo, e mesmo sem saber do que estão a falar fazem-no com a convicção de que tudo o que dizem é o mais correcto possível.

Português que é português não quer saber o que se passa no mundo, não quer saber como nasceu o país. Português que é português só lê sobre a vida dos outros, só vive a vida dos outros, a vida que queria ter. É mais fácil, é mais cómodo, é mais confortável. É conformismo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Esta manha, ao olhar pela janela vi o que nunca tinha visto antes...
Neve na minha rua! :D

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Não vou voltar pra trás só porque me enganei no caminho. Hei-de chegar a algum lado.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Silencio

Estava sentada na berma do passeio, com as pernas encolhidas entre os braços. De tão embrenhada nos meus pensamentos nem reparei quando se aproximou. Era velhinha e andava com dificuldade. Tinha um casaco bege, gasto, sujo e um pequeno lencinho vermelho em volta do pescoço que a mantinha mais quente. Acordei do meu transe quando me disse bom dia. Levantei os olhos, e, sem que tivesse tempo de pensar ouvi-me a dizer bom dia. Eu não a conhecia, ela não me conhecia; e disse-me bom dia. Costumo ser invisível a quem passa. Mesmo com a cabeça levantada costumo ser indiferente as pessoas que não me conhecem e com quem me cruzo na rua. Não os condeno, comungo da mesma ânsia de chegar a sitio nenhum. Penso no meu destino, na minha vida e quero apenas chegar rapidamente. Não vejo se aquela pessoa que se cruzou comigo naquela esquina estava triste, se ia a chorar. Não vejo se me sorriu, se olhou para o chão. Porque não os conheço, e estou a pensar em mim. Ela nunca me tinha visto, podia ter continuado o seu caminho em silencio, mas não. Sorriu e disse Bom dia.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Há coisas que nunca mudam...

Chegou 2009, e com ele cresceu em mim a esperança de me tornar alguém menos desastrado, menos propicio a quedas. A minha esperança durou pouco tempo. Só tinham passado três dias do inicio do ano e eu já tinha conseguido cair pelas escadas duas vezes em apenas 5 minutos. A minha sorte é que só rasguei os joelhos e esmurrei as palmas das mãos. Em três dias ja bati com a cabeça ao sair do carro. Fiquei com o tacão do sapato preso no meio dos paralelos e quase ia caindo. Torci o pé sem me mexer, sozinha...torci. Sabem? Acho que por mais anos que passem, eu nunca vou mudar. Sou um autêntico desastre a fazer qualquer coisa.