domingo, 20 de fevereiro de 2011

Metade

Descobri-o no Facebook. Entre um e outro "gosto". No meio de dois ou três comentários.  É tudo não é só metade e eu vou guarda-lo. Porque não me quero esquecer, Porque é arrepiante. "Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei"...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Arquivo

Tenho as mãos geladas. Sujas. Cheias de tinta de jornais. Já não sinto os dedos de tantas páginas que folheei. Podia ter lá ficado toda a noite, podia ter folheado mais mil e um, mais quinhentas mil páginas, podia ter deixado de sentir a mão inteira e mesmo assim podia ter lá ficado toda a noite. A respirar História no cheiro a mofo e a papel antigo, a ver História em cada folha gasta, escurecida pelo tempo, a ler História pelas palavras de quem fez parte dela. Podia ter lá ficado toda a noite. Não ia dar conta, de tão embrenhada naquelas vidas. Passei lá o dia, entre escritas inteligentes e verdades que escapavam por entre os dedos da censura. Conheci melhor pessoas que nunca passaram de nomes na minha cabeça, conheci o passado que não vivi quando ainda era presente. As minhas mãos sujas de tinta de jornais dizem  coisas que nunca ia ser capaz de explicar, que nunca iam perceber. E, neste momento, a única forma de me fazer entender é dizer, simplesmente, que podia ter lá ficado toda a noite!