terça-feira, 30 de junho de 2009

Porto.43

Os meus passos já tão mecanizados, empurravam-me para onde eu não queria ir. Eu andava. Sem conseguir controlar. Sem conseguir pensar. Ainda olhei para trás, vezes e vezes sem conta. Não consegui não olhar. Olhei até as folhas das árvores taparem o cimo daquele edifício tão distante. Olhei, até o cair da noite me turvar a vista, até não ver mais nada. Aí, respirei fundo. O meu passo fez-se mais apressado e já não tive medo do que tinha pela frente.

Até Amanhã*

domingo, 21 de junho de 2009

Quase...

Que nem dava conta...

sábado, 20 de junho de 2009

Pequenas coisas...

fazem com que, às vezes, tenha a certeza que esta é a melhor profissão do mundo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ver

Era cedo. Ia apanhar o comboio, como aliás faço todos os dias. Um barulho estranho chamou a minha atenção e olhei para trás. Um senhor, não muito alto, movimentava, repetidamente, uma vareta que tinha na mão, de um lado para o outro. A vareta encontrou um degrau, o senhor subiu. Mas a vareta só viu os obstáculos do chão, não viu a saliência enorme que saía da parede mesmo à altura da cabeça do senhor. Ele continuou. Ele e a vareta. Ainda oiço o "aiii" que gritou quando embateu na parede. Ainda vejo a expressão naquela cara. Doeu-me mais a mim. Doeu. Não por pena, mas por não o poder ajudar. Por não conseguir fazê-lo ver o mundo como eu vejo. Por saber que não tinha força para vê-lo como ele vê.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Caça-Sonhos


O melhor de ser pequenino é poder sonhar com aquilo que seremos quando formos grandes. Acho que já sou grande agora, mas sonhar com o amanhã continua a ser a única certeza que o meu incerto futuro conhece.

sábado, 6 de junho de 2009

Terapia

Há coisas que nos lavam a alma. Que nos mudam o humor num piscar de olhos. Que nos fazer abrir o coração, sem mesmo podermos impedir. Há terapias secretas escondidas nas almas de quem as conhece. Há terapias eficazes guardadas no peito de quem as experimenta. Há terapias que nos unem. Que nos ligam. Porque são secretas. Porque são nossas. Para sempre.







quinta-feira, 4 de junho de 2009

Um pouco de céu

Tenho estrelas. Diferentes das outras as minhas estrelas. Cintilantes, envolventes, protectoras. Não aparecem só à noite. Povoam a escuridão dos meus olhos fechados. Enchem a luz do meu olhar desenfreado.
Escondi algumas das mais doces para os lados da Augusta. Outras, deixei-as nos céus da divina invicta. Tenho poucas na fronteira agora, mas são tão belas como deslumbrantes. O céu onde, antes atracaram descobridores e aventureiros guarda agora a minha estrela mais destemida.
Tenho outras por ai, menos brilhantes. Não me esqueci delas, esqueceram-se de mim. As mais cintilantes estão bem lá em cima, no meu céu. Já não lhes posso tocar, mas sei sempre onde as posso ver.
Sempre me disseram que as constelações são o mais bonito do mundo e o mais difícil de encontrar. Mas, por mais que revirem o mundo a procurar, a minha vai ser sempre a mais imponente.