terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Há meses que namorava o livro dos 20 anos da SIC nas prateleiras dos hipermercados. Fiz chegar a todos a minha vontade de o ler e, por isso, quando na noite passada, por detrás do papel rasgado foi surgindo a capa que eu já conhecia de cor, despontou-me o sorriso mais sincero dos últimos dias. Li-o com a rapidez de quem precisa de ar. As 'Histórias de uma Revolução' que assinalam o aniversário da primeira estação de televisão privada e mostram os bastidores da informação não são só testemunhos de vivências, são segredos, sentimentos que conseguimos transportar para nós através da escrita de outros. Poucos escrevem tão bem como o Bento Rodrigues. Senti-me parte da história do Anselmo Crespo sobre o desastre nuclear de fukushima e o coração apertar com a da Fernanda de Oliveira Ribeiro. Não há como explicar o que todas elas nos dizem. Todas. Ler as 'Histórias de uma Revolução' é ver o outro lado do que me deram a conhecer desde que comecei a entender o que se passava na televisão, é saber o que já sabia, que são pessoas. 

A mim, trouxe-me a magia que eu já não encontrava, o encanto, o alento, o entusiasmo que eu tinha perdido. O livro dos 20 anos da SIC, que eu cobiçava avidamente, lembrou-me porque é que escolhi esta profissão. Lê-lo é sentir um murro no estômago, um peso ao fundo da barriga, um arrepio. É sentirmo-nos cheios, completamente preenchidos não sei por quê, é despertar todos os sentidos e mergulhar de cabeça. Devorei-o, quase literalmente, e quando os meus olhos percorreram a última linha da última página ficou, sobretudo, uma vontade enorme de começar tudo de novo.


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Eu acredito que mudamos. Nós, pessoas, mudamos constantemente e não entendo quem acredita no contrário. Mudamos um pouco todos os dias. Mudam-nos as pessoas, mudam-nos as circuntâncias, mudamo-nos nós que, com o tempo, já não nos identificamos com o que sempre fomos. Cansamo-nos do pão com manteiga do pequeno almoço, enjoamos do perfume que dá cheiro à nossa pele há mais do que uma eternidade, provamos algo que sempre abominamos sem experimentar e descobrimos que é bom. É bom, também, mudar às vezes. Outras vezes não sei. Não sei o que é de nós quando deixamos para trás o 'nós' que sempre fomos. Não sei o que é de nós quando descobrimos que os sonhos que nos construiram podem não ser mais nossos. Sei que mudei. Hoje mudei e já não quero mais ser o que sempre quis. Sem lamurias, sem frases lamechas, sem nada. É simples assim. Hoje não quero, amanhã é outro dia e a única coisa que me deixa gelada de medo é a possibilidade de continuar a não querer!