quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Rasgar Páginas

Li há uns dias, por aí, que nem sempre convém virarmos a página, às vezes é preciso rasgá-la. Hoje, ao passear-me pelo que era a minha vida há um ano atrás, percebi que rasgar aquela página foi o que me fez ser capaz de escrever novas. Em 2011 deixei a demência para trás, os pensamentos desconexos, os olhares vazios, o mau humor desmedido. E, ainda assim, sei que não vou realizar os 12 desejos que mantenho guardados, como aconteceu em 2010. E, ainda assim, sei que 2011 foi 2011 vezes mais feliz. É isso, ando a pedir os desejos errados e a página deste ano não vai ser rasgada, vou virá-la muito suavemente. 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

natal

Tem muito de mágico, o natal. e de doce, e de inesquecivel. tem algo que nos faz esperar por ele, sonhar com ele, pensar nele, todo o ano. natal tem sabor a canela, a açúcar derretido. tem cheiro de rabanadas, de lenha queimada na lareira. natal tem sabor a frio e aspecto de sol. São mensagens de quem não achávamos que se lembrasse, músicas que não conseguimos deixar de trautear, sonhos que queremos muito realizar. é o coração apertadinho, pequeno e a sensação de que vai explodir a qualquer momento. São pantufas, mantinhas e o calor que sentimos cá dentro. natal são gargalhadas efusivas, são noites prolongadas e luzes com um estranho efeito sobre nós. são bolas encarnadas, árvores de natal de todas as cores e desenhos animados na televisão. passa a correr, o natal. sabe a pouco e faz-nos esquecer, por momentos, o mundo que trazemos nas costas e que nos pesa no coração. tem muito de mágico, o natal. de mágico e inexplicável.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Livros

Deviam guardar vidas em livros, armazena-las em colecções, guarda-las para sempre, infinitamente, numa biblioteca de vários andares, enormes escadas em caracol. Deviam ter capas duras, os livros, com mais ou menos páginas e sem títulos. Detesto títulos. Deviam guardar vidas em livros, entre palavras, imagens, histórias e pessoas. E assim, quando um capítulo chegasse ao fim, podíamos ler e reler e voltar a ler vezes sem conta. Quando a saudade apertasse podíamos matá-la nas historias, tocar as páginas até ficarem gastas. Deviam ter cheiros, também, os livros. E recortes e marcas de batom e pétalas de flores. As vidas deviam ser guardadas em livros. Não em filmes, em livros, como se fossem pedacinhos de almas guardados e empoeirados pela eternidade. E assim, quando nos esquecessemos de como é ser-se feliz subíamos a escada em caracol, procurávamos a nossa vida entre a da Ana, a da Bianca, a da Catarina, a da Diana e a do Zé, sacudíamos o pó e... Deviam guardar vidas em livros... 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Spring******

Sempre foi mais do que era suposto ser. Sempre me deu mais do que era suposto dar, me ensinou mais do que era suposto ensinar, me fez mais feliz do que seria suposto fazer.
 E agora...custa mais do que era suposto custar*