quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Não consigo dormir. Dou voltas na cama, reviro a almofada. Solto um suspiro de frustração. Tento esvaziar a minha mente. Pintá-la toda de preto. Ou de branco, talvez. Arrancar os pensamentos que vão e voltam numa velocidade desenfreada e sem a minima conecção. É tarde, só quero dormir.

Há muito tempo que não consigo escrever mais do que duas linhas. Não vem. Não acontece. Socorro-me de palavras alheias que, por momentos, preenchem a falta das minhas.
Mas nem sei se as minhas ainda existem, nem sei se ainda as consigo juntar em pequenas frases.

Empurro os cobertores com tanta força que vão pousar no chão. Pára de pensar, resmungo para mim.

Sempre me disseram que ia ter saudades. Sempre achei que fosse ter. Não tive, não tenho. Sempre me disseram que ia doer. Não doeu. (Ainda) não doi. Arranca-me um sorriso de vez em quando. Aguça-me a curiosidade, às vezes. Mas doer...Doer nao doi.

Enrosco-me entre os braços. Encolho-me e puxo a almofada para mais perto. Não devia ter empurrado o cobertor.

Será que vai mudar? Vai, não vai? Vai..tenho que pensar que vai.

Tenho frio agora. Puxo os cobertores novamente. Olho o relógio e aconchego-me mais.

Estou a ficar constipada. Foi do banho de chuva de domingo. E talvez seja de andar descalça pela casa. Eu gosto, sabe bem.

Sinto dificuldade em manter os olhos abertos,agora. Vou finalmente dormir. E amanhã, pode ser que o sol brilhe para mim...

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