quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

(In)satisfação

Quando, pequeninos, entramos na escola só ansiamos chegar rápido a ser os mais crescidos. Brincamos de adultos, pais e mães, de príncipes e princesas apaixonadas. Na faculdade, não nos chega ser os inocentes, lutamos com garra de leão e aos poucos conseguimos que a nossa alma de passarinho transponha aquela barreira. Do outro lado, caminhamos no escuro e a luz da lua não é suficiente, queremos o sol.
Ansiamos a satisfação profissional, alcançamo-la e queremos um grande amor. Encontramo-lo, mas apesar de nos amar incondicionalmente e de ser cegamente correspondido vai sempre faltar um qualquer condimento mágico. Pimenta, doçura ou um simples gesto de carinho pela manhã, esquecido no meio da correria do dia-a-dia. E, se nada nos faltar, damos voltas à cabeça e iremos encontrar alguma coisa. Uma casa nova. Um emprego, porque o nosso já não nos satisfaz. Uma vida inteira talvez, já vivemos com a nossa há demasiado tempo e queremos outra. Adrenalina, sangue quente a correr-nos nas veias, um friozinho na barriga. A insatisfação está-nos nas entranhas e é inerente à nossa existência. Queremos tudo a que temos direito e acabamos por não aproveitar direito tudo o que temos.

5 comentários:

Sara disse...

Li-me neste teu texto como num espelho*

Andreia Azevedo disse...

E eu :)*

UnfinishedSong disse...

Verdade, todo esse texto é verdade pura

Adriana disse...

Realmente eu nao aproveito nada "direito" lol :p
fora de tangas, isso ta muito certo. A vida sao dois dias, vamos vive-los :D

Unknown disse...

Elsinha :)
Podia ter sido eu a escrever isto ^^
beijinho