Balançava-se na linha ténue que lhe cortava a vida bem ao meio. Algures entre o ser desastradamente acordado e aquela inconsciência demasiado voluntária. Usava-a como escudo. Era melhor assim, estava protegida. Por momentos nada mais a atingia, nada mais a perturbava, nada mais a fazia sofrer. Nada. Não lhe partiam o coração em mil pedaços, não lhe derretiam dolorosamente o corpo. Pairava apenas na imensidão de um nada envolvente, um vazio acolhedor que barrava a entrada do mundo, que impedia que tudo se desfizesse.
-Em que estás a pensar?
-Em nada...
-Em que estás a pensar?
-Em nada...
E de repente, tudo voltou a desmoronar-se.
2 comentários:
Sempre tiveste a capacidade de escrever aquilo que queremos ler. O nosso refugio*
Adorei a "legenda" do blog e depois duma vista de olhos percebe-se que mora cá um espirito complexo, cheio de coisas simples armazenadas com o significado devido...
Acerca do post... agora é tempo de voltar a erguer tudo, com uma força ainda maior;)
Como escreveu alguém que eu conheço lol seguir em frente é a única certeza que temos...*
Enviar um comentário