sábado, 1 de dezembro de 2007

Viver de Faz de Conta


Vivemos num mundo de faz de conta. Faz de conta que sou feliz. Faz de conta que tenho amigos. Faz de conta que sou aquilo que não sou. Agora, podemos falar com pessoas de qualquer parte do mundo, criar amigos virtuais, estar sempre contactáveis, até podemos fingir ser aquilo que não somos, porque, afinal, a pessoa que está do outro lado do nosso simples monitor, nunca irá descobrir o que está por detrás do dela.

Quantos de nós preferem viver em torno desta farsa, que nós próprios criamos do que enfrentar aquilo que a realidade verdadeiramente nos fornece. Falta de autoconfiança? Talvez. Insegurança? É provável. Burrice? Com certeza!

Mas afinal, o que se ganha em ter amigos virtuais? Pode ser interessante para partilhar uns jogos online, para contar umas piadas. Mas, serão eles que vão passar-nos a mão pela cabeça quando estamos tristes? Serão eles que nos vão levar uma chávena de leite à cama quando estamos doentes? Serão eles que vão rir à gargalhada connosco quando fazemos a figura mais ridícula do mundo? Não, eles não vão estar lá…porque são apenas e só…amigos virtuais…

Porque insistimos em dedicar mais tempo a um aparelho que nos abandona com um simples apagão, quando temos mesmo ao nosso lado, quem nos dá tudo aquilo que precisamos! Temos medo de pessoas de carne e osso? Temos vergonha de mostrar aquilo que somos? Não sei…a verdade é que entre passar horas em frente ao computador e conversar com quem está mais próximo, escolhemos a primeira opção. Entre mandar uma mensagem ou falar directamente com uma pessoa que esta a dois metros de nós, escolhemos a primeira opção. Será apenas por preguiça ou entramos numa moda? Uma moda em que tudo é virtual, uma moda em que cada um se “disfarça” daquilo que quer para conquistar o maior numero de pessoas. Uma moda em que o termo comunicar se resume a um envolvimento físico avassalador nas discotecas entre pessoas que nunca se viram e provavelmente nunca mais se irão ver. Não entendo. Quando ouvia falar em comunicar, sabia que nem toda a gente tinha facilidade em fazê- -lo, mas não fazia ideia que fosse tão difícil fazê-lo cara a cara. Neste momento, sou uma dessas pessoas que foge à comunicação. Estou há horas em frente ao computador.

6 comentários:

Pépe disse...

infelizmente, nos dias que correm é normal que todo e qualquer tipo de comunicação passe por um qualquer aparelho electrónico.
O contacto físico, o "cara-a-cara" tornou-se para muitos desconfortável, repugnante até, diria eu.

Faz falta esse contacto.
Sobra demasiado o "faz de conta", como tu própria dizes.
:)

Andreia Azevedo disse...

É verdade, infelizmente mesmo! hoje em dia parece tao mais facil mandar uma mensagem em vez de ir falar pessoalmente com a pessoa! parece k nos escondemos por detras de um telemovel, de um computador...é ridiculo mas nao adianta apontar o dedo a ninguem quando em propria já nao passo sem um telemovel e sem MSN. Todos temos telhados de vidro...

P:S: gostei da parte do "envolvimento físico avassalador nas discotecas"...essa foi forte, muito forte =) ai coubi tu kando é pa cascar tas sempre pronta =P

Tulha disse...

ai celsa, s o basticos vir isto vai ficar orgulhoso =D

Graça Salgueiro disse...

«Uma moda em que o termo comunicar se resume a um envolvimento físico avassalador nas discotecas entre pessoas que nunca se viram e provavelmente nunca mais se irão ver.»

gosto e tenho pena que essa frase esteja tão de acordo com a realidade...

gosto de ti também, minha cabecinha pensadoira***

Mariana Albuquerque disse...

bem escrito elsa! a actual falta de comunicação é uma das maiores lacunas do ser humano.

ninguém sabe como foi divertida a aula em que comexamos a escrever as crónicas!! com cada título!!

eheheheh

Daniela Espírito Santo disse...

"envolvimento físico avassalador nas discotecas"...

es cruel.

é por essas e por outras que amanha nao vou ao jantar, ovrigada xau lolol

mas concordo completamente contigo.

e, no entanto, cá estou eu a esta hora, a fazer o trabalho de semiótica...