Gostava de poder voltar a sentar-me à mesa do café com uma ou duas pessoas. Gostava de perguntar, genuinamente, pelas novidades entre o sumo de laranja e a torrada. Gostava de saber o que nos levou umas das outras, gostava de perceber o que eu fiz, em que magoei e gostava de dizer que não queria. Que não queria magoar, que não queria que me fugissem, que não queria. Gostava de perceber se ainda somos o que éramos, se ainda as via como antes, se me identificava com o que, depois deste tempo, habita naqueles corpos. Gostava. Gostava de pedir o café e sorrir-lhes enquanto abro o pacote de açúcar. Gostava, nem que fosse uma só vez, mesmo que percebesse que o que nos unia não existe, que não há como voltar atrás, gostava. Gostava que soubessem que tenho saudades.
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