quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Dois mil e Nove
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
homens
Estava sentada num cantinho perto de um café, a tentar esconder-me da chuva. Um homem, sai disparado de telemóvel na mão, e como bom português que era, falou tão alto que eu mesmo que não quisesse era obrigada a ouvir a conversa.
"Tou. Acabei de chegar aqui ao café. Não te preocupes, vou já fazer o jantar". Eu sabia que não era verdade. O tempo que ali esteve dava para montar uma tenda e acampar, mas a pessoa do outro lado da linha também não parecia muito convencida.
"Já disse que já vou. Acabei de chegar. Não te preocupes que já vou fazer o jantar."
Eu já não conseguia esconder o sorriso. A noite encarregava-se de o fazer por mim. Sem se mexer, o homem continuava.
"Pronto. Pronto. Já estou a chegar. Vai pondo uma panela com água ao lume. Descasca batatas. Põe a carne a cozer. Já estou a chegar para comermos"
O meu sorriso foi quase sonoro. Pensei: ainda bem que ia fazer o jantar.
Passaram-se mais 15 minutos sem que o homem realmente saisse. Aopareceu. Cumprimentou a criancinha que estava à porta e foi, finalmente, embora.
Ainda dizem que as mulheres são desconfiadas, complicadas. Somos, não nego, mas se calhar, às vezes até temos razão para isso.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Há muito tempo que não consigo escrever mais do que duas linhas. Não vem. Não acontece. Socorro-me de palavras alheias que, por momentos, preenchem a falta das minhas. Mas nem sei se as minhas ainda existem, nem sei se ainda as consigo juntar em pequenas frases.
Empurro os cobertores com tanta força que vão pousar no chão. Pára de pensar, resmungo para mim.
Sempre me disseram que ia ter saudades. Sempre achei que fosse ter. Não tive, não tenho. Sempre me disseram que ia doer. Não doeu. (Ainda) não doi. Arranca-me um sorriso de vez em quando. Aguça-me a curiosidade, às vezes. Mas doer...Doer nao doi.
Enrosco-me entre os braços. Encolho-me e puxo a almofada para mais perto. Não devia ter empurrado o cobertor.
Será que vai mudar? Vai, não vai? Vai..tenho que pensar que vai.
Tenho frio agora. Puxo os cobertores novamente. Olho o relógio e aconchego-me mais.
Estou a ficar constipada. Foi do banho de chuva de domingo. E talvez seja de andar descalça pela casa. Eu gosto, sabe bem.
Sinto dificuldade em manter os olhos abertos,agora. Vou finalmente dormir. E amanhã, pode ser que o sol brilhe para mim...
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
Se o mundo falasse...
sábado, 17 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Pegadas (nossas)
Suportam três anos de pesos pesados e outros mais leves. Carregam tons de negro e azul por dentro. Trazem pedaços soltos de solos e lembranças por fora. Os tacões gastos esqueceram já a determinação de contar quantos foram os pisos que galgaram em corridas escuras e esvoaçantes. Perderam a ansiedade de descobrir novos trilhos. Deixam-se ficar, preguiçosos, no único chão que reconhecem como seu e é sob a melancolia do cheiro a terra molhada que lembram o melódico eco do toc-toc pela calçada.
Sapatos. São só sapatos. Mas eu não posso continuar descalça..."
(A minha) Sara Santos Silva
domingo, 6 de setembro de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Para Carnaxide, Por favor!
Sozinha, entrei no autocarro para o Marquês. Tentei, tentei com muita força olhar para a frente por saber que ia morrer um pouco ao ver aquele meu pedacinho ficar para trás. Tentei, mas não...
Ela tocou-me no braço. Abri os olhos, olhei pela janela e o comboio seguia a grande velocidade. "Obrigada" disse o revisor enquanto me devolvia o bilhete. "Origem: Lisboa Santa Apolónia. Destino: Porto Campanhã".
Pelo menos não foi só um sonho.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Espera
- Eduardo, se o teu irmão sair daí vou-te bater.
- Logo que não lhe batas a ele...
O menino ficou ali, parado, agarrado aos braços do irmão. Não se ouviu mais uma mosca na sala de espera. E eu, paralisei com a resposta.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Detesto...
sábado, 11 de julho de 2009
Bochechas
segunda-feira, 6 de julho de 2009
What am I suppose to do?
terça-feira, 30 de junho de 2009
Porto.43
Até Amanhã*
domingo, 21 de junho de 2009
sábado, 20 de junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Ver
terça-feira, 9 de junho de 2009
Caça-Sonhos
sábado, 6 de junho de 2009
Terapia
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Um pouco de céu
Tenho outras por ai, menos brilhantes. Não me esqueci delas, esqueceram-se de mim. As mais cintilantes estão bem lá em cima, no meu céu. Já não lhes posso tocar, mas sei sempre onde as posso ver.
Sempre me disseram que as constelações são o mais bonito do mundo e o mais difícil de encontrar. Mas, por mais que revirem o mundo a procurar, a minha vai ser sempre a mais imponente.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Pessoas
sexta-feira, 22 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
Às vezes gostava que ainda estivesses aqui para continuar a dar-me tudo isso. Mesmo já sendo eu crescida.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
-Em que estás a pensar?
-Em nada...
terça-feira, 12 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Clã
terça-feira, 28 de abril de 2009
Passei a ver-te, a conhecert-te. Guardaste os meus segredos, ainda guardas. E sinto que te vi hoje pela primeira vez.
Sempre passei a correr, apressada, acompanhada. Sempre passei a falar, a gargalhar, a dizer parvoíces. Conheço melhor que ninguém o barulho que os meus sapatos fazem na tua calçada, mas eras apenas e só o sitio por onde eu passava.
Agora é diferente,continuo a passar apressada, é verdade, mas já não vou acompanhada. Já não me distraio a falar ou a garagalhar. Conto os pequenos passos que dou, eu e a minha solidão.
Como és lindo à noite, cheio de luzes e de recantos indebriados por escuridão. Agora és só tu e eu. Eu sinto-me a única a olhar-te, tu, o único que olha por mim, Meu Porto.
terça-feira, 21 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
Chuva
sábado, 11 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
sábado, 28 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
sexta-feira, 13 de março de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Tres
Oiço a tua voz como se da primeira vez se tratasse. A mesma emoção, o mesmo ser desorientado. Olho o teu cabelo, macio. Tens os mesmos olhos. Aqueles olhos que eu encontro sempre sem procurar.
Rio do que nunca achei piada. Descubro vencedores e vencidos, reaprendo as letras do meu nome e sinto aquele amor que o vento tinha levado. Volto a ser um bocadinho de ti. E de ti.
Sabe bem viver este passado, sabe bem sentir que esta tão presente e que tem futuro.
E o meu refugio volta a ser nosso.
Outra vez!
domingo, 8 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Plágio
"v. tr. e int.,
apresentar como seu trabalho literário ou científico copiado de obra alheia;
copiar, reproduzir, fazendo passar por original;
imitar servilmente (trabalho de outrem)."
Segundo eu Própria:
é horrível, é anti-ético, é crime. Odeio plagios, especialmente se forem dos meus textos.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Miss you*
I know the distance is a factor
But I stretch as often as I can
And I goes to reach your hands anyday now
Please don't blame me for trying
To fix this one last time
I have a hard time as it is
Because I miss you love
I miss you love
I miss you love
I miss you love
Don't act like you dont know me
It's still me I've never changed
I'll be here when you come back
And I miss you love
...
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Elsa.
Nao se aproximava muito, esperava que o fizessem e depois... Depois era muito divertida, falava sem parar, ria, ria muito alto. Olhava nos olhos, beijava, abraçava. Nao se importava que a achassem chata porque sabia que ja gostavam dela. Gostavam, assim... Só não gostava do seu nome, e para ser sincera, eu também não.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
domingo, 11 de janeiro de 2009
Orgulhosamente Conformado
Conformismo. Esta é a palavra de ordem da sociedade em que vivemos todos os dias. Um conformismo desmedido, despreocupado, e aceitável para um país que se define como sendo dotado de grande História. Este seria um motivo de grande orgulho para os portugueses, não fosse o facto de a maioria não conhecer nem um terço dessa história. Quando habitantes de outros países conhecem mais de Portugal do que nós próprios. Quando há quem não conheça D. Afonso Henriques e não saiba que Cavaco Silva é o presidente da Republica, algo está realmente mal no país. Provavelmente não seria má ideia recuarmos alguns séculos e voltar à era dos descobrimentos. Talvez assim descobríssemos que rumo dar a este país à beira-mar plantado.
Hoje, onde existiam reis, rainhas, historiadores e cavaleiros temos o governo despreocupado, o vandalismo das claques de futebol, a corrupção e a falta de interesse pela cultura.
Portugal continua a ser mar, paisagens, história e descobrimentos. Mas os portugueses só querem saber de televisão, futebol, telenovelas, comida, televisão… e mais futebol.
Em Portugal, ainda há aqueles para quem ler é uma forma de aprendizagem, de cultura e até de divertimento. Mas para a grande maioria esta é apenas mais uma palavra difícil do dicionário. Tão difícil que nunca sequer praticaram nem tão pouco sabem o significado.
O português não conhece livros, não conhece jornais, não sabe o que se passa no mundo, não fala dos verdadeiros problemas do país. O português só conhece revistas cor-de-rosa, só sabe ver televisão e o máximo que entende a nível internacional é o nome do clube de um jogador de futebol bastante rico e famoso. A avaliar pela quantidade de erros que saem da boca dos portugueses todos os dias, ninguém diria que o português é a terceira língua mais falada no mundo.
Não é uma questão de falta de inteligência. O problema está no espírito derrotista de um povo que já foi dono de um grande império e que agora se contenta com a presença na cauda da Europa.
Não, não se trata de falta de informação, nem tão pouco falta de espírito crítico. Em Portugal, toda a gente fala de tudo, todos têm opinião sobre tudo, e mesmo sem saber do que estão a falar fazem-no com a convicção de que tudo o que dizem é o mais correcto possível.
Português que é português não quer saber o que se passa no mundo, não quer saber como nasceu o país. Português que é português só lê sobre a vida dos outros, só vive a vida dos outros, a vida que queria ter. É mais fácil, é mais cómodo, é mais confortável. É conformismo.