Tinha as mãos sujas de graxa. Por entre um ou outro assobio trauteava aquela musica que me parecia tão familiar. Ao fundo, empilhados em cima de uma mesa, estavam inúmeros sapatos. Sem vida. Sapatos. Ia fazendo pequenos milagres com todos eles, colava, polia e dava-lhes uma nova vida.
Bom dia- disse eu- precisava que me arranjasse estes sapatos, estão muito estragados, mas eu preciso mesmo deles.
O Senhor levantou os olhos e durante uns segundos achei que fosse insultar-me pelo estado em que estavam: - volte cá mais logo, ainda hoje estão prontos- disse ele num tom muito doce.
Voltei. Os meus sapatos velhos e estragados estavam como novos: os buracos estavam tapados, os tacões colados e ate estavam polidos.
Aquelas mãos sujas de graxa tinham dado uma nova alma aos meus sapatos. E sem saber deram-me uma também a mim.
Bom dia- disse eu- precisava que me arranjasse estes sapatos, estão muito estragados, mas eu preciso mesmo deles.
O Senhor levantou os olhos e durante uns segundos achei que fosse insultar-me pelo estado em que estavam: - volte cá mais logo, ainda hoje estão prontos- disse ele num tom muito doce.
Voltei. Os meus sapatos velhos e estragados estavam como novos: os buracos estavam tapados, os tacões colados e ate estavam polidos.
Aquelas mãos sujas de graxa tinham dado uma nova alma aos meus sapatos. E sem saber deram-me uma também a mim.